quinta-feira, novembro 24, 2005

palavras...


alma
corpo
força
luz
ilusão
esperança
sentimento
querer
olhar
sentir
sonhar
beijar
tocar
abraçar
resistir
chorar
amar

terça-feira, novembro 15, 2005

e o espelho ...



olho-me no espelho do mar
a imagem está tremida
o meu sentir não tem reflexo!

o espelho nada me diz...

o mar não me traz novas
a vida não me faz trovas
sinto-me desfalecer!

e o espelho nada me diz...

perdi-me na multidão dos sentidos
que na realidade são um só...
solidão!

sexta-feira, outubro 07, 2005

renascer...

"Union" de Anne Mimi Sammis

beijo-te a face...
...beijas-me os lábios

eu não fujo...
...tu não foges

respiramos num só corpo
criamos um único sentir
pulsa em nós um coração

renascemos...

beijo-te os lábios…
…beijas-me a face...

sexta-feira, setembro 30, 2005

devaneios...

sinto-me só...
será insano pensar que estamos sós quando temos tanta gente à nossa volta!

sinto-me triste...
será loucura sentir-se triste quando a alegria nos circunda!

sinto-me perdida...
será ilusão se em cada instante temos quem nos ensine o caminho!

sinto-me confusa...
será demência prematura!

sinto-me abandonada...
será a mais completa insensatez se o mundo está aqui para me mimar!

Desculpem os devaneios, mas por vezes o meu sentir é um autêntico absurdo!

sexta-feira, setembro 09, 2005

para ti...



Querer é Poder...
José Agusto e Xuxa
Eu posso ir aonde eu quiser
Rabiscos em algum papel
Chegar bem perto das estrelas e tocar o céu
Sonhando eu posso ser um rei
Quem sabe até um superstar
É só deixar a porta aberta pra ilusão entrar
Eu posso até falar com Deus
De noite em minha oração
E caminhar por entre nuvens feitas de algodão
Eu posso tudo que eu quiser
É só querer acreditar
Se eu fechar bem forte os olhos e quiser sonhar
Sonho meu, sonho meu
Tudo pode acontecer
É só acreditar na vida, acreditar na sorte
E tudo pode ser
Sonho meu, sonho meu
Eu posso tudo que eu sonhar
Se eu levar a vida a sério
Se eu fizer direito
Se eu acreditar

sexta-feira, setembro 02, 2005

uma réstia de esperança...



sentada no último degrau das escadas do meu sotão
observo o manto escuro com que se cobre a noite...

o rendilhado luminoso das estrelas
assemelha-se ao meu espirito
sem muita luz...
sem muito brilho...
mas ainda com uma réstia de esperança no dia que voltará a nascer...

domingo, agosto 28, 2005

ausências...

Pintura de
José Antonio González Sánchez


A tua ausência é cada vez maior ...
Maior é cada vez mais a dor da minha solidão...
Solidão essa que me mata...

Já não te sinto...
Valerá apena esperar que acordemos do sono profundo em que nos encontramos?
Valerá apena esperar que nos voltemos a sentir...

Lembras-te de quando tu e eu eramos um só...
Do quanto nos divertiamos...
Do quanto riamos...

Já não sei sonhar...

Tenho medo de acordar...

terça-feira, agosto 23, 2005

embriaguês

CANOVA, Antonio
(b. 1757, Possagno, d. 1822, Venezia)
Museu do Louvre, Paris

...a tua boca embriaga-me
adormece-me o corpo e a alma
deixo de pensar
em ti... em mim... em nós... no mundo...

desfaleço por completo nos teus braços...
e anseio para que o nectar que me entontece não termine mais...

quinta-feira, agosto 18, 2005

Silêncio e tanta gente

Maria Guinot

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou

quarta-feira, agosto 17, 2005

sentir...



Da tua boca Amor...
Na tua boca Amor...
Pela tua boca Amor...
Com a tua boca Amor...
Abre-se um mundo...
...de ilusão...
Foto de Mike Bakerlite

domingo, agosto 07, 2005

Amo-te!




Haverá frase tão curta e frágil e ao mesmo tempo tão forte e longa como esta?

sábado, agosto 06, 2005

Não sei ...

Não sei ...
Foi algures num tempo incerto ...
Num espaço incompleto ...
Num abraço desfeito ...
Num beijo interrompido ...
Numa palavra não dita ...

Não sei onde, quando ou como foi ...

Perdi-me de ti ...
E tu ...
Perdeste-te de mim ...

quinta-feira, agosto 04, 2005

Cruzamento



Houve um dia em que os nossos caminhos se cruzaram e os nossos olhos se encontraram
Houve um dia em que os nossos lábios se tocaram e as nossas mãos se enlaçaram
Houve um dia em que dissemos “Amo-te!”
Houve um dia …

Haverá um dia, não distante, em que tudo simplesmente acabará …
Haverá um dia em que os nossos corpos enrugados e tristes deixarão de transpirar
Haverá um dia em que a encruzilhada da vida nos separará para um novo (des)enlace
Haverá um dia …

Malogro



Tento gravar um verso
No papiro do mar.
Sozinho à ré do barco, afundo a pena
Na líquida espessura.
Mas o sulco de mágoa não perdura
Neste salgado
Letes das horas, fluído coração
Obstinado
A bater por nenhuma inquietação.

Miguel Torga in Diário VII